Yande Wiraita Uwewe waita
Glicéria Tupinambá, Muntisairum Idijinas Tupinambá Iwiterá do Padeiro, Okará Assojaba, 2024 © Rafa Jacinto / Fundação Bienal de São Paulo
Glicéria Tupinambá, Muntisairum Idijinas Tupinambá Iwiterá do Padeiro, Okará Assojaba, 2024 © Rafa Jacinto / Fundação Bienal de São Paulo
Glicéria Tupinambá, Muntisairum Idijinas Tupinambá Iwiterá do Padeiro, Okará Assojaba, 2024 © Rafa Jacinto / Fundação Bienal de São Paulo
Glicéria Tupinambá, Atã Tupinambá, Muntisairum Idijinas Tupinambá Iwiterá do Padeiro, Yudubraisairu maduarisaa te upa, 2024 © Rafa Jacinto / Fundação Bienal de São Paulo
Glicéria Tupinambá, Atã Tupinambá, Muntisairum Idijinas Tupinambá Iwiterá do Padeiro, Yudubraisairu maduarisaa te upa, 2024 © Rafa Jacinto / Fundação Bienal de São Paulo
Olinda Tupinambá, Muntisairum Pataxó Hãhãhãw – Caramuru Paraguaçu, Equilibrio, 2020-2024 © Rafa Jacinto / Fundação Bienal de São Paulo
Olinda Tupinambá, Muntisairum Pataxó Hãhãhãw – Caramuru Paraguaçu, Equilibrio, 2020-2024 © Rafa Jacinto / Fundação Bienal de São Paulo
Olinda Tupinambá, Muntisairum Pataxó Hãhãhãw – Caramuru Paraguaçu, Equilibrio, 2020-2024 © Rafa Jacinto / Fundação Bienal de São Paulo
Ziel Karapotó, Muntisairum Karapotó Terra Nova, Siyasaitá, 2023-2024 © Rafa Jacinto / Fundação Bienal de São Paulo
Ziel Karapotó, Muntisairum Karapotó Terra Nova, Siyasaitá, 2023-2024 © Rafa Jacinto / Fundação Bienal de São Paulo
Ka’a Pûera: Yande Wiraita Uwewe waita

Tupi rupi kuxiima wara tupinamba nheenga ka”a puera – kukuera utumunharam waakupixa, mairame tatuka pawa ae, uyuiri upita kaa yuiri tiana yamaa mira turusu waita.
Tiana upita maye primero yawe.upita kukuera.
Aape aikue yuiri pusanga mitimaita.tiwa kuera yamaa asui tayukuawa yuiri puramga yuiri iwi.kupixawa aram.
Kukuera yuiri yepe wiramiri rera siiya waa uwata kaa rupi.Sikue aram ae suayana tasui se tama upe.
Uriku sawa sumbika, suikiri asui tanimbuka. Puranga aram uyuyumimi kaa upe.
Indigena tayawe tamuramunha waa Ta rupi
Yawewa kua wiraita. Tarera was Ka”a Puera tawata siiya kaa rupi aikue wara ainta.
O pavilhão Hahawpua. Indigena Brasil pura umbeu taresewara maita tayusam.ainta piraita irum kuiri suaxara kua tempo taretama upe.
Hahawpua, maye pataxo tayawe, aite iwi wasu sera waa Brasil.
Kariwaita sika rendere.uriku siiya sera.
Kuiri sera Brasil indígena taretama aikue aape siiya tamira saita., uasas 300 tamuramunha waita muiri ara tarupi asui ta iwi rupi.
Yamanduari aram aikuere tiwaita tayukuawa tamunda pawa resewara ta iwi.
Umba kuri tasu takanhemu iyukuawa kuri ainta.

A cultura e a arte são ferramentas de transformação. Inseparáveis, é esse núcleo estético – e ético – da vida o único capaz de mobilizar corações e mentes em torno de uma identidade nacional fundada na diversidade, na justiça e na cidadania. A Bienal de Veneza, evento de longa tradição no mundo da arte, é o palco perfeito para a celebração dessa identidade. Nesse encontro internacional, mostramos para nossos vizinhos do mundo nossa cultura, aquilo que temos de mais rico e poderoso, e por meio dos diálogos estabelecidos por essas trocas, transformamos e somos transformados.

O Ministério da Cultura, assim como a participação nacional em Veneza, é uma conquista do povo para o povo. O desenvolvimento social cultural, maior objetivo da pasta, só é possível se estiver de mãos dadas com as nossas múltiplas raízes étnicas e históricas. O Pavilhão do Brasil, que ganhou o nome Hãhãwpuá para esta mostra, é a casa de nossa cultura na Biennale. Não há nada melhor do que poder encontrar no seu interior a discussão com a arte sobre os temas mais difíceis e necessários do nosso tempo: marginalização, desterritorialização e violação de direitos, refletindo sobre a resistência dos povos indígenas e suas propostas para um mundo mais sustentável e cidadão. Sem essa conversa, ou sem a arte, não há Brasil – ou futuro.
O Governo Federal tem orgulho de sua longeva parceria com a Fundação Bienal de São Paulo, instituição que tem a promoção da cultura e a democratização da arte como seus alicerces. A realização de projetos como Ka’a Pûera: nós somos pássaros que andam é uma forma de contribuir com o constante reencantamento com a nossa ancestralidade e fortalece a esperança de um futuro cada vez mais aberto para todas e todos. Que os talentos presentes no Pavilhão Hãhãwpuá sirvam de inspiração para a transformação que tanto sonhamos!

Margareth Menezes
Ministra da Cultura

A Bienal de Veneza é uma das mais tradicionais instituições organizadoras de eventos culturais do mundo, com uma história já centenária de encontros internacionais, oferecendo uma consolidada plataforma para a riqueza e a diversidade da produção de arte contemporânea global. Estar presente na Biennale Arte 2024 não apenas coloca o Brasil mais uma vez em meio às criações e os debates mais atuais do nosso tempo, mas também nos permite compartilhar nossas próprias narrativas e perspectivas nacionais com o grande público que o evento sempre atrai.

A exposição deste ano, intitulada Ka’a Pûera: nós somos pássaros que andam, é um testemunho da resistência e resiliência dos povos indígenas no país. O nome do Pavilhão do Brasil nesta edição, chamado “Hãhãwpuá”, reflete a compreensão do país como uma terra indígena, honrando as muitas nações que habitam esse vasto território desde muitos séculos antes da formação de seu Estado. Essa mostra não apenas destaca a importância da preservação das culturas e tradições indígenas, mas também nos convida a refletir sobre as indispensáveis questões atreladas a elas, como a preservação ambiental e o fortalecimento dos direitos humanos.

As histórias contadas pelo trabalho dos artistas apontam para importantes caminhos no árduo processo que temos pela frente. O presente vive um momento de convergência entre o passado e o futuro como uma forma de indicar possibilidades de modos de existência mais alinhados com a repactuação das relações entre o indivíduo e o coletivo, entre as comunidades e a natureza que as cercam, e entre o Brasil e Hãhãwpuá.

A prerrogativa da Fundação Bienal de São Paulo na realização da participação oficial do Brasil na Biennale é fruto de uma parceria de longa data com o Governo Federal, um reconhecimento do trabalho da Fundação na promoção cultural do país no exterior. Nossa colaboração contínua demonstra o compromisso mútuo com a arte brasileira em escala global, fortalecendo nossa posição como protagonistas no cenário artístico e promovendo o diálogo cultural e a cooperação entre nações – um imperativo para a construção de um futuro mais sustentável, diverso e democrático.

Andrea Pinheiro
Presidente – Fundação Bienal de São Paulo

SOBRE OS CURADORES
© CABREL Escritório de Imagem / Fundação Bienal de São Paulo

ARISSANA PATAXÓ é artista plástica, da etnia Pataxó, desenvolve uma produção artística em diversas técnicas abordando a temática indígena como parte do mundo contemporâneo. Ingressou no curso de Artes Plásticas da Escola de Belas Artes – UFBA (Salvador, BA) em 2005 e concluiu em 2009, desenvolveu ao longo de seus estudos atividades de extensão de arte-educação com o povo Pataxó: oficinas e produção de material didático. Além dos Pataxó, continua trabalhando com outros povos indígenas da Bahia com atividades de arte-educação e produção de material didático. Em 2007 realizou sua primeira exposição individual “Sob o olhar Pataxó” no Museu de Arqueologia e Etnologia da UFBA em Salvador, Bahia. Desde então ingressou no mundo artístico com participação em diversas exposições, como o Salão Regional de Artes Visuais de Porto Seguro em 2009 (BA), a exposição internacional “Eco Arte” no Museu de Arte de Montenegro em 2011 (RS) e mais recente de 2013-2014 a exposição itinerante “Mira ! Artes visuais Contemporâneas dos Povos Indígenas” realizada em Belo Horizonte (MG) e
Brasília (DF).

DENILSON BANIWA é nascido em Barcelos, no interior do Amazonas, Denilson Baniwa é indígena do povo Baniwa. Atualmente, vive e trabalha em Niterói, no Rio de Janeiro. Como ativista pelo direito dos povos indígenas, realiza, desde 2015, palestras, oficinas e cursos, atuando fortemente nas regiões sul e sudeste do Brasil e também na Bahia. Em 2018 realizou a mostra “Terra Brasilis: o agro não é pop!”, na Galeria de Arte da Universidade Federal Fluminense, também em Niterói, como parte do projeto “Brasil: A Margem”, promovido pela universidade. No mesmo ano, participou da residência artística da quarta edição do Festival Corpus Urbis, realizada no Oiapoque, no Amapá. Esteve em exposições no CCBB, Pinacoteca de São Paulo, CCSP, Centro de Artes Helio Oiticica, Museu Afro Brasil, MASP, MAR e Bienal de Sidney. Além de artista visual, Denilson é também publicitário, articulador de cultura digital e hackeamento, contribuindo na construção de uma imagética indígena em diversos meios como revistas, filmes e séries de tv. Em 2019 venceu o Prêmio Pipa na categoria online e em 2021 foi um dos vencedores indicados pelo júri.

GUSTAVO CABOCO é artista visual Wapichana, trabalha na rede Paraná-Roraima e nos caminhos de retorno à terra. Sua produção com desenho-documento, pintura, texto, bordado, animação e performance propõe maneiras de refletir sobre os deslocamentos dos corpos indígenas, as retomadas de memória e na pesquisa autônoma em acervos museológicos para contribuir na luta dos povos indígenas. Em 2001 fez o seu primeiro “retorno à terra” Wapichana. Em 2018, foi vencedor do Concurso FNLIJ Tamoios de Textos de Escritores Indígenas com o texto “Semente de Caboco”. No ano de 2019, publicou seu primeiro livro, “Baaraz Kawau”, no Museu Paranaense em Curitiba, e participou da Exposição ‘VAIVÉM’ no CCBB. Participou da exposição “VÉXOA – nós sabemos” na Pinacoteca e foi vencedor do 3o Prêmio seLecT de Arte e Educação em 2020. Foi artista convidado da 34o Bienal de São Paulo e da exposição Moquém Surarï no MAM – São Paulo em 2021. Em 2022, realizou a performance “encontro di-fuso” na Universidade de Manchester durante o “Festival of Latin American Anti-Racist and Decolonial Art”, foi convidado para o encontro indígena “aabaakwad” no pavilhão Sámi na Bienal de Veneza, foi artista convidado do 32a programa de exposições do CCSP com “Coma Colonial”, realizou a individual “ouvir àterra” na Millan (São Paulo), lançou o livro “Baaraz Ka’aupan” no Museu Paranaense em Curitiba.

SOBRE OS ARTISTAS

GLICÉRIA TUPINAMBÁ, 1982, aldeia Serra do Padeiro, Terra Indígena Tupinambá de Olivença, Bahia.

Comunidades Tupinambá da Serra do Padeiro e Olivença, na Bahia.

© Levi Fanan / Fundação Bienal de São Paulo
Foto: Maurício Requião

OLINDA WANDERLEY TUPINAMBÁ, 1989, Bahia. Vive e trabalha em Pau Brasil, Bahia

Indígena da nação Tupinambá é jornalista, documentarista, cineasta e ambientalista. Seus trabalhos são híbridos entre documentário e ficção, abordando temas como modernidade, identidade, mudança climática e retomadas do território.

ZIEL KARAPOTÓ, 1994, Aldeia Terra Nova, Alagoas. Vive e trabalha em Recife.

Indígena da nação Karapotó, atua como artista visual, performer, realizador audiovisual, fotógrafo e arte-educador. Aborda em suas obras questões como identidade e pensamento anticolonial.

© Levi Fanan / Fundação Bienal de São Paulo
Folder da Exposição
Vídeo oficial