Nós somos pássaros que
andam
Manto em movimento

O manto é um ser que conecta a comunidade Tupinambá ao mundo dos encantados num sentido mais amplo, atuando como um diplomata Tupinambá entre os mundos físico e metafísico. A artista realizou pesquisas e práticas com sua comunidade para que pudesse reapresentá-lo de acordo com o tempo presente e a realidade Tupinambá. Nasceu então o Assojaba, o manto que, além de fazer a diplomacia, conversa com os onze outros mantos que estão espalhados pela Europa (Bélgica, Dinamarca, França, Itália e Suíça), busca acesso aos seus pares que foram levados para longe do território Tupinambá (a ibirapema, por exemplo), e cria conexões com arquivos, documentos e memórias ancestrais em busca da localização de dois mantos que, até o momento, não se tem conhecimento de seus paradeiros.

O projeto Manto em movimento, além de realizar um atravessamento de fronteiras, é também uma proposta de arquivo vivo e móvel. Nesse sentido, considera-se que aprisionar o manto num único espaço seria um discurso neocolonial, e, respeitando o desejo do Assojaba, a artista propõe que ele viaje, encontre mais indígenas pelo mundo e se reúna com lideranças e autoridades para que assim possa tecer o fio que o conectará com os outros mantos. Por esse motivo, Manto em movimento faz parte do Pavilhão Hãhãwpuá, mas ele decide quanto tempo fica e quando retorna para sua comunidade, trazendo consigo as notícias por onde passou e atualizando os presentes neste Pavilhão.